Entenda por que Vitor Belfort e Wanderlei Silva brigaram



Com 35 anos - 16 deles dedicados ao MMA -, Wanderlei Silva conquistou quase tudo que um lutador sonha: títulos, idolatria e dinheiro, muito dinheiro. Mais que isso, o Cachorro Louco obteve o respeito de várias gerações e empunhou com sucesso, ao longo de sua carreira, a bandeira de um esporte que saiu da obscuridade para o sucesso.

Agora, às vésperas de encarar Rich Franklin, no UFC 147, em Minas Gerais, sábado, ele se julga um tiozão que ainda dá trabalho aos mais jovens, mas sabe que uma das carreiras mais vitoriosas do esporte está fadada ao ponto final. Antes, porém, ele encara um ex-campeão dos médios do Ultimate e conta os dias para reencontrar, talvez, o maior algoz de sua existência: Vitor Belfort. 

Foto: Divulgação
Wanderlei enfrenta Rich Franklin neste sábado, em Minas Gerais | Foto: Divulgação

Com o discurso polêmico, a lenda do Pride ainda não engoliu a lesão do desafeto, que causou a substituição do seu rival no evento mineiro, e garante que sofreu tanto quanto Belfort, o Fenômeno, por não poder enfrentá-lo como sonhara há 14 anos. Com tudo em cima e nada a provar, Wand diz ter grana para umas três vidas e sonha ajudar jovens que dão os primeiros golpes no mundo das lutas.

MARCA BRASIL: Teve que mudar muita coisa na sua preparação com a mudança de adversário?
Wanderlei Silva: Mudei um pouco, mas não muito, já que Rich Franklin usa mais os chutes e é mais alto do que o Belfort. Tive também que arrumar um sparring diferente, com o mesmo biotipo do meu novo adversário. O que facilita é que ele é canhoto como o Vitor, então a tática é parecida.

MB: Por que realizou a parte final da preparação em Curitiba, com amigos dos tempos de Chute Boxe?
WS: Iniciei o trabalho em Las Vegas, na minha escola, e agora estou realizando a parte final de um mês em Curitiba, na Academia Evolution. Aqui tem muita gente boa, como o professor André Dida, Rafael Cordeiro, Fabrício Werdum, Maurício Shogun, Serginho Moraes e uma rapaziada que tem sangue novo e eleva o nível do treino. Foi importante voltar à minha terra e trabalhar forte.

MB: Vê alguma vantagem em encarar Franklin com a desistência do Belfort?
WS: A vantagem é do publico. Ainda bem que a luta não caiu, não foi desmarcada com a saída do Vitor. Temi por isso. Muita gente pagou para me ver lutar, e felizmente o UFC arrumou um substituto à altura. Franklin é um cara duro, é um ex-campeão. Estou empolgado porque é um cara que vai propiciar boa luta para o público. Assim como ia ser com o Vitor, agora vai ser porrada para todo o lado.

MB: Pelo Twitter, você esbravejou e atacou Vitor Belfort quando soube de sua lesão na mão esquerda. Já engoliu não poder enfrentar seu maior algoz?
WS: Reclamei muito, estava de cabeça quente. Espero há 14 anos por essa luta contra ele. Por isso, posso dizer que depois do Vitor, quem ficou mais chateado com a lesão fui eu. Assinou lá, tem que lutar. Se a lesão dele foi realmente uma fatalidade como ele diz, pode acontecer com qualquer um. Há vários tipos de lesão, mas quebrar uma mão não é uma coisa normal. Imagina a cara do sparring dele, deve ter ficado desfigurada com a força de um soco. Isso é quase tentativa de homicídio (risos). Fiquei chateado com a saída dele do card, estava pronto para nocauteá-lo. Mas ele é passado e vai ter que entrar na fila de novo para me enfrentar. Fiquei azedo com tudo isso.

MB: O que achou das manobras do Vitor Belfort para mexer com o psicológico dos lutadores do reality show TUF Brasil?
WS: A rapaziada que estava no show é humilde, alguns têm cabeça fraca. E a vitória a qualquer custo, para mim, não vale. Fazer o que ele (Vitor) fez foi um absurdo. Mentir, enganar para conseguir a vitória? Não. A vitória tem que vir do trabalho bem feito e do respeito ao atleta. Não pode falar uma coisa e fazer outra. Tem que mostrar o caminho certo mais com atitudes do que palavras, coisa que ele não fez. 

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Wand ainda não engoliu o cancelamento da luta com Belfort | Foto: Divulgação

MB: O Vitor teve um início de carreira polêmico e conturbado, onde muitas portas se fecharam para ele. Acha que, agora, seu desafeto evoluiu e não é mais o cara que te derrotou em 1998, ou faz um estilo mais político, estrategista?
WS:Cada um tem um ponto de vista, cada um tem seu jeito de ser. Se o cara é assim, problema é dele. É um cara que eu não trabalharia, não treinaria junto. Não abriria a porta para o Vitor. Para mim, ele não serve.

MB:Após enfrentar Franklin e ter seu duelo com Vitor remarcado - quem sabe para setembro ou outubro -, o que te faltará para pensar em aposentadoria?
WS: Essa luta contra o Belfort não foi cancelada, foi adiada. E vai ter que acontecer. Mas confesso que já estou no lucro faz tempo. Sou bem realizado, luto porque gosto e motivo meus fãs. Quando estou no octógono é uma emoção única. Agora, meu objetivo é abrir as portas para novos atletas e dar oportunidade para muitos que estão perdidos, sem opção. O MMA pode salvar muita gente no Brasil. É um esporte barato, qualquer um pode participar. Quando parar, vou montar projetos sociais onde essas pessoas não paguem para lutar. O câncer da sociedade é o crack e está na hora de fazermos algo.

MB: E por quanto tempo pretende prolongar sua carreira de lutador?
WS: Enquanto estiver dando coro na galera de 22, 23 anos na academia, vou longe e vou estar competindo. Quando não der mais, vou partir para o business, negócios. Se eu quisesse parar há cinco anos, já teria parado. Tenho dinheiro para umas três vidas. Quero agora dar oportunidade a outros e graças a Deus o dinheiro que ganhei ao longo da vida viabiliza esse projeto.

MB: O que acha de atletas de MMA que repõem testosterona para se manter lutando em alto nível?
WS: Acho ótimo. Não tenho nada contra. Desde que não abusem. Se tiver tudo caindo lá, tem mais que tomar mesmo testosterona. Mas eu, por exemplo, não preciso. Sou um tiozão de 35 anos com tudo em cima.

MB: Por fim, o que podemos esperar de você no sábado, em seu retorno ao Brasil depois de 12 anos?
WS: Faz mais de 10 anos que sonho com esse retorno. Sonho em tocar minha música na entrada do estádio e ver a vibração da galera. Era o que faltava. E mais do que isso, o pessoal pode esperar muita disposição. Vou dar o meu melhor. Se a luta fosse amanhã, já estaria pronto. Estou forte, rápido, no peso. Espero corresponder e devolver a energia para a torcida. Vamos comemorar mais uma vitória juntos.

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